Temos observado um uso bastante freqüente da música evangélica em eventos católicos.
Há três observações que pretendo fazer sobre o assunto.
1
Seria isto normal (e espero que possa ser cada vez mais) se não fosse o caso de implicância que a Igreja Católica teve desde muito tempo contra a musica evangélica. Desde a Reforma Protestante o catolicismo sempre deixou claro que nossa música era perigosa. Autoridades do catolicismo disseram reiterademente que Lutero havia "estragado" muito mais pessoas com sua musica do que com seus textos ou língua de pregador. De modo que fico sem entender esta atitude contemporânea do catolicismo.
2
Será o caso de a música evangélica ter perdido seu caráter apologético? Teria ela perdido sua preocupação em mostrar-se doutrinariamente evangélica e por isso mais fácil de ser "retomada" pelo catolicismo? Teria a apologética do catolicismo igualmente enfraquecido diante da ideologia evangélica? Ou seja, teriam as agendas de ambas correntes se esvaziado no que tange a preocupação com a afirmação de suas posicões doutrinarias ou litúrgicas?
3
Se este for o caso qual é o motivo oculto do catolicismo para adotar a música evangélica se por longo tempo foi dito que os evangélicos formavam uma comunidade herege apta ao fogo da lenha ou da língua ferina de papas e teólogos?
É inevitável que perguntemos se houve uma mudança ideológica no catolicismo ou no protestantismo? Ha um vídeo no youtube em que um padre lamenta a PROTESTANTIZAÇÃO da Igreja Católica Romana.
É certo que um dos modos de protestantizar o catolicismo é por meio da musica!
O assunto é mui vasto e complexo. Mas o fato irrefutável é que a Igreja Católica mudou muito ou nós evangélicos mudamos.
De minha parte tenho a liberdade de adotar qualquer canto ou obra produzida por católicos, desde que não fira a Doutrina Bíblica. E na verdade devo lembrar ao leitor evangélico apressado que a contribuição católica para a musica é incalculável e muitos dos grandes compositores eram católicos. A priori não foram os evangélicos que rejeitaram os católicos, mas o clero romano que excomungou Lutero e seus descendentes espirituais. Jamais deixaria de ouvir Mozart por ele se declarar católico. Ou não me recusaria a ouvir Anjos de Resgate ou a Banda Rosa de Sarom só porque se declaram católicos. Não é esta a questão.
Na verdade é que quero apenas apontar que ha uma mudança em curso. Não sei bem se na seara católica ou na musica evangélica.
Parece que é dentro do catolicismo romano a mudança maior. Qualquer pessoa que tenha lido o documento MEDIATOR DEI, do papa Pio XII, observará que sua crítica duríssima a instrumentos diversos ou sonoridades diferentes do Órgão e do Cantochão parece muito distante do cotidiano popular dos sons que enchem as missas. A posição estética do citado papa (ou mais anteriormente do Concilio de Trento em seu enfrentamento e oposição a musica evangélica) parece coisa do passado.
O catolicismo parece ignorar Pio XII e o Concilio de Trento. A missa abriu-se ao violão, à música pop e ao visual protestante.
Meu amor pelos católicos e meu desejo de que juntos cresçamos no conhecimento de Deus não me impedem de pedir duas coisas para concluir: que se avise nas missas que a posição católica da musica da missa é que o CANTOCHÃO ainda é considerado musica oficial; e que se avise aos católicos na missa quando a musica pertence ao repertório evangélico em sua origem, para não acontecer como se deu comigo quando de violão na mão cantei RENOVA-ME e uma amiga católica me disse: "olha Osnir, que legal você cantando uma musica católica?".
Até Mais.
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